Em recolhimento, desperto...
Desperto para o ser que sou,
Sinto o bater do
Coração, o correr do sangue nas veias, o ar que me enche os pulmões
recarregando cada célula do meu corpo,
E ao sentir a
brisa que entra pela janela, abraçando-me no meu confinamento,
Sou brindada com o
canto dos pássaros que voam livres lá fora.
Deixo-me ir nas
asas de um para sentir a Liberdade,
A Liberdade de
voar sem destino, sem ambições, ao sabor do vento, sentindo apenas a
segurança das suas
asas,
Aos poucos abranda
o seu voo para descansar, poisando numa árvore;
Recosto-me agora
nessa árvore, fecho os olhos e sinto a força das suas raízes,
O vigor do seu
largo tronco, os seus ramos que abraçam o céu e abanam suavemente,
murmurando uma
suave melodia.
Por esta árvore já
passaram muitos dias, muitas pessoas,
Muitos foram os
pássaros que aqui fizeram os seus ninhos, bem abrigados, muitas as pessoas que
se deitaram à sua sombra, muitas foram as vezes que embalou o sono de bebés e se revitalizou com as gargalhadas das crianças que se escondiam brincando,
Perde-se a conta
das vezes que esta majestosa árvore se despiu para renascer ainda mais vigorosa
e maior,
Entregue aos
ciclos da Vida foi crescendo, engrossando as suas raízes, estendendo os seus
ramos ainda mais alto, como se quisesse chegar ao céu,
Quantas histórias
poderia contar…
Abraço-a e sinto o
seu fulgor, a sua energia, a sua felicidade, a sua satisfação honrando a chuva,
o vento, o frio e o calor, pois sabe que só com a ajuda deles cumpre o seu
propósito e questiono-me, Será que conversa com o Sol e a Lua?
Sorrio e agradeço-lhe
por fazer a sua parte ao renovar o oxigénio que me ajuda a respirar para
sobreviver, era tão mais fácil se cada um se limitasse a fazer a sua parte para
o Bem Maior…
Afasto-me do
regaço da minha amiga árvore para caminhar até avistar o vasto Oceano…
Um oceano cheio de
Vida escondida no interior do seu Azul brilhante,
As ondas descansam
na areia, o doce bater das ondas que me embalam e acalmam, sempre fui fascinada
pelo mar.
Deitada na areia
sinto-a escorrer pelos dedos,
O sol aquece o meu
corpo e sinto-o penetrar a pele, o tempo pára…
Inspiro
profundamente abrindo os olhos,
Para de novo me
encontrar em isolamento, a olhar o céu da janela da minha casa,
Sim eu sou livre!
Mesmo em
confinamento Eu Sou Livre!
E tu? Permites-te
viver em Liberdade?
Adilua terapias holísticas por Carla Barroso Correia
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